Pensamentos, idéias e as experiências de um jogador (não só) de RPG.

terça-feira, 30 de novembro de 2004

Phelps, o ranger

Uma das coisas boas em se trabalhar com RPG é ter nos amigos do trabalho, mais jogadores e mestres. E uma mesa de jogo toda semana :)

E numa dessas mesas memoráveis, jogávamos D&D, logo que saiu a versão d20. Não é de hoje que jogo D&D e consegui experimentar já todo tipo de personagem. Desta vez não foi diferente, mas uma coisa me fez mudar no final.

Depois de uma árdua campanha, meu personagem jogou as toalhas e decidiu seguir outra vida. Depois disso não consigo mais jogar com um personagem de classe única em D&D.

Phelps nasceu na orla da grande floresta, um meio-elfo que desde cedo se interessou pelo campo e pelo que ele poderia prover a uma pessoa.

Mesmo sabendo dos limites e possibilidades extremos de seu corpo, ele sempre orou pelos deuses pedindo proteção e conselhos. Logo cedo ouviu o chamado do combate, se prontificando sempre a defender sua região e lutar pelo que achava certo, seguindo fielmente seus comandantes.

Logo se destacou como um bom batedor e exímio arqueiro, exterminando sentinelas, descobrindo bons caminhos e guiando tropas em regiões inóspitas ou densamente arborizadas.

Tinha como costume tatuar em seu corpo folhas de diferentes formatos, cada uma trazendo o nome de uma batalha que participou ou em alguns casos o nome de um inimigo valoroso.

Tinha a sensação que isso lhe traria sorte, e em pouco tempo (e muitas batalhas) já tinha parte de seu corpo pintado.

Mas foi uma batalha que mudou seu destino para sempre. Após uma guerra que assolou boa parte do continente, Phelps viu seus companheiros mais próximos quase sucumbirem numa luta desesperadora contra um pequeno destacamento orc.

Ele mesmo lutou até quase o último suspiro contra o comandante inimigo, batalha esta travada mano a mano até que num golpe derradeiro o gigante orc tomba aos seus pés. Quase sem vida, Phelps é ajudado por seus amigos que também seguraram uma última invasão inimiga.

Terminada a batalha, e já recuperado, Phelps decide aposentar seu arco, e parte para um mosteiro, dedicando o resto de sua vida aos deuses.

Foi assim que decidi aposentar o personagem. Como o grupo havia terminado a campanha e foi dissolvido, não vi sentido em usar Phelps em outra campanha de Forgotten.

Mas o destino quis diferente. Depois de um tempo o mesmo grupo se reuniu e decidiu jogar novamente. Todos montaram personagens novos, e eu nem sei bem porque decidi usar Phelps novamente, mas desta vez não como um ranger, mas sim como um clérigo.

E o que mais surpreendeu os jogadores e mestres nao foi a aventura em si, mas todo o roleplay envolvendo a volta do personagem, com o grupo convencendo-o a voltar a lutar, os acontecimentos que o chamavam para a luta e sua determinação em dedicar sua vida aos deuses.

Acho que isso valeu para mim como lição. Realmente é bom rever personagens,mesmo os aposentados, e jogar um jogo diferente com eles.

 
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