Pensamentos, idéias e as experiências de um jogador (não só) de RPG.

quinta-feira, 22 de julho de 2004

Enfrentando Zanbar Bone outra vez!

Antes mesmo dos RPG serem traduzidos e antes mesmo da moda dos importados começar a cutucar a cabeça dos futuro-jogadores, havia um livrinho de bolso que deixava a moçada meio que sem dormir, folheando o livro de maneira estranha, ora indo e vindo, ora pulando várias páginas.

Estes livros foram traduzidos e publicados pela editora carioca Marques Saraiva e hoje em dia, infelizmente, se encontram completamente esgotados.

Seu nome? Livros-Jogos Aventuras Fantásticas.

No formato pocket e com quase 400 páginas, ele fazia a festa de quem curtia uma boa aventura de fantasia mas não tinha ainda (ou nem conhecia)  os livros de RPG.  Vindos da editora inglesa Games Workshop e escrito pela dupla Ian Livingstone e Steve Jackson (não o confunda com o texano boa praça que escreveu o GURPS e é dono da Steve Jackson Games) os livros eram sucesso instantâneo.

Lembro bem que era só comprar um novo volume e nos reuníamos na casa de um colega em volta da mesa. Fazíamos um rodízio para ver quem lia em voz alta a história enquanto o grupo decidia o que fazer, jogando os dados, simples d6, e anotando tudo num caderninho. 

Aliás cadernos e mais cadernos foram gastos com mapas, e claro, com a sequência de parágrafos da aventura. 17, 38, 246, 313... e por aí vai. Numa tentativa de vencer o próprio livro e chegar ao final sem muitos arranhões. Uma batalha que comumente vemos hoje nas mesas de jogo entre mestre e jogadores.

Demorou muito para saber realmente como funcionava o livro (a gente estava tão hipnotizado pela história que pouco se importava com a técnica da coisa), e uma vez que saquei seu funcionamento foi fácil montar outras aventuras e seguir com meus colegas por diferentes cenários.

Basicamente era usado um fluxograma com algumas sequências pré-definidas onde se pode inserir os tais encontros randômicos. Uma vez definido um esqueleto básico era fácil ir acrescentando outros pequenos bolsões de encontros.

Quanto mais melhor!

Imagine você naquela época onde o micro mais potente era um Windows 286, a impressora era daquelas cujo rangido era ensurdecedor e só existia BBS... Madrugadas inteiras passando mapas a limpo com canetas, parágrafos detalhados à exaustão, diferente de muita coisa que se vê por aí, e uma tremenda vontade de jogar.

O tempo passou, os livros de RPG chegaram, os grupos se desfizeram e deram lugar a outros grupos. A inocente aventura deu lugar também a mundos e enredos mais mirabolantes.

Mas a saudade ficou e arrumando a estante aqui, encontrei este livro que me deu tanta alegria e me abriu um caminho muito legal.

É sempre bom revistar velhos amigos, reviver grandes aventuras, por isso hoje, mais uma vez irei me encontrar com o terrível príncipe da noite, Zanbar Bone e seus Cachorros da Lua.

Desejem-me sorte!



 
eXTReMe Tracker